
Personalização com
IA e a nova fronteira
do marketing
No palco do Web Summit Rio, um ponto foi unânime entre especialistas de empresas como Amazon, Zé Delivery, Google e outras: a inteligência artificial está revolucionando a forma como as marcas se conectam com as pessoas, mas não sem desafios. Hoje, não basta ser lembrado por consumidores. É preciso ser reconhecido por robôs. Isso porque a IA já é um agente ativo na jornada de compra, influenciando resultados de busca, recomendações de produto e até as respostas dos assistentes conversacionais.


Quanto mais consistente for a presença de uma marca em diferentes canais, mais ela será citada, e, consequentemente, mais visível se tornará. Mas a visibilidade sem relevância não sustenta uma marca no longo prazo. A IA também está permitindo que empresas ofereçam experiências altamente personalizadas, prevendo desejos, cruzando contextos e entregando conteúdo, produtos e serviços sob medida.
Como disse Camila Nunes, CMO da Amazon:
“A marca precisa ser uma ferramenta de decisão para o negócio.”
Essa personalização, no entanto, precisa evitar o risco da homogeneização. Estamos vivendo um paradoxo: nunca se criou tanto conteúdo e nunca se repetiu tanto o que já foi dito. Ao depender apenas da IA para gerar conteúdo, corremos o risco de transformar a internet em um eco dentro de uma sala vazia, onde todos gritam variações da mesma ideia. Nesse cenário, o repertório passa a ser uma vantagem competitiva.
É preciso buscar referências fora da bolha algorítmica e combinar a inteligência artificial com a inteligência humana, tanto para inspirar quanto para curar o que será produzido. Mais do que volume, o conteúdo precisa ter densidade. E, para isso, deve ser criado pensando em formatos que façam sentido para pessoas e para robôs. Para que o conteúdo seja encontrado tanto por humanos quanto por inteligências artificiais, ele precisa seguir critérios que vão além do SEO tradicional.
O Google, por exemplo, adota diretrizes conhecidas como E-E-A-T, sigla para Experience, Expertise, Authoritativeness e Trustworthiness. Além disso, o comportamento da IA é influenciado por sinais espalhados em todo o ambiente digital. Isso inclui reviews de usuários, avaliações de produto, tempo de atuação da marca e menções em fontes confiáveis. Ser uma marca presente é importante, mas ser uma marca bem falada é o que fortalece sua reputação tanto para pessoas quanto para máquinas.
Essa combinação é o que diferencia um conteúdo genérico, facilmente replicável pela IA, de uma fonte de valor real. E é justamente isso que torna sua marca mais “encontrável”, tanto por pessoas quanto por robôs.
No fim das contas, não se trata apenas de utilizar IA. E sim repensar como e por que gerar conteúdo em um mundo em que a atenção é disputada segundo a segundo.
A IA é a ferramenta. A estratégia ainda precisa ser humana.
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