A economia da atenção entrou em colapso?

A economia da
atenção entrou
em colapso?

Por Kellyn Dantas

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29/05/2025 às 10h02

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O público está mais seletivo do que nunca. A era das iscas rápidas ficou para trás.

Durante anos, a comunicação se apoiou em títulos apelativos, urgências artificiais e estímulos de dopamina, fortemente presentes nas redes. O objetivo era claro: capturar a atenção a qualquer custo.

Mas a conta chegou. As pessoas estão saturadas. E não apenas de conteúdos vazios, mas de serem constantemente bombardeadas por publicidade, seja no streaming, nas redes, nos buscadores, nos podcasts ou nos vídeos. A sobrecarga é real, excessiva e, sobretudo, desgastante.

E isso não é só uma percepção. É fato.


O excesso virou problema (e os dados comprovam)

Segundo o relatório The Future of Media 2024 da WARC, o investimento global em publicidade ultrapassou US$ 1 trilhão pela primeira vez em 2024. E deve crescer mais 10,7% até o final 2025, alcançando US$ 1,08 trilhão.

Mais alarmante ainda: cinco gigantes (Alibaba, Alphabet, Amazon, Bytedance e Meta) concentram mais de 51% de todo o investimento publicitário do mundo.

Ao mesmo tempo, a Deloitte mostra que o tempo médio de consumo de mídia parou de crescer. Segundo o relatório Digital Media Trends, as pessoas passam cerca de seis horas por dia consumindo entretenimento e conteúdo digital. Esse tempo não aumenta mais. O que significa que marcas e plataformas estão competindo, cada vez mais, por uma fatia limitada de atenção.


Bem-vindo à era da escassez de atenção

O futuro da economia da atenção será decidido por um novo critério: qualidade acima de quantidade.

Se antes a lógica era produzir mais, aparecer mais e gerar mais estímulos, hoje, informação, utilidade e humor seguem como pilares, mas não bastam sozinhos. A partir de agora, é indispensável somar três elementos:

• Consentimento do público: a pessoa quer consumir aquilo?
• Experiências imersivas: capazes de gerar conexão real
• Humanização das narrativas: com mais verdade, propósito e relevância


Relevância não se compra. Constrói-se.

Atenção é um dos ativos mais escassos do nosso tempo. E só será conquistada por quem entrega valor real, com propósito genuíno e respeito à inteligência de quem consome.

O colapso da economia da atenção não é uma crise. É um convite à transformação.

Quer entender como sua marca pode se posicionar nessa nova dinâmica e gerar conexão de verdade? Deslize para baixo e fale conosco.

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